Opinião: Viciante. Poderoso. Intrigante. Pedro Garcia Rosado mostra-se, neste livro, um autor audaz, capaz de atingir pontos sensíveis pertencentes à nossa débil sociedade sem nunca evitar uma rectidão e uma frontalidade que penso que lhe sejam intrínsecas. Em "A Cidade do Medo" o autor liga um passado a um presente, um enredo cheio de mistérios a uma vingança cega, a política às actividades criminosas. Considero excelente a forma como PGR enquadra um thriller espectacular numa enorme crítica à classe política e aos investidores capitalistas oriundos de grandes e obscuras empresas, cujo objectivo único acaba por ser a realização de dinheiro. É, infelizmente, demasiado palpável, demasiado real. E, de certo modo, conseguimos associar rostos que bem conhecemos da nossa comunidade às personagens que o autor tão bem cria e de um jeito tão sólido constrói. Gostei imenso deste livro e acho-o recomendável a todos os que gostam de um bom policial. PGR tem, a meu ver, tanta - ou mais - qualidade quanto os autores internacionais da moda e as novas correntes nas quais os editores têm apostado com maior insistência.

Sinopse: Para a Polícia, a morte violenta de um sem-abrigo cuja identidade é quase impossível de determinar não é uma ocorrência a que se possa dedicar muito tempo. Mas a situação altera-se na manhã seguinte: aparecem mortos, da mesma maneira, mais dois sem-abrigo na Baixa de Lisboa. E, dois dias depois, são três os sem-abrigo atacados. O serial killer começa, porém, a deixar pistas - e estas apontam para um culto satânico, mas também para a maçonaria. Com o medo a instalar-se em Lisboa, onde o assassino vai multiplicando os seus actos de violência, e enquanto Joel Franco começa a descobrir as origens desta vaga de crimes, o presidente da Câmara de Lisboa e um seu discreto aliado na própria PJ percebem quem é o autor das mortes: o homem que quiseram transformar em bode expiatório quando começou a correr mal o comércio ilícito de terrenos na zona do projectado aeroporto da Ota. No qual pontificara o presidente da Câmara quando ainda era ministro do Ambiente… E em breve vão estar frente a frente dois homens que, à sua maneira, procuram justiça: o assassino propriamente dito e Joel Franco, que tenta vingar a morte de um amigo de infância em cada homicida que persegue. É bem provável que ambos desafiem a antiquíssima norma que regula a sociedade humana: «Não matarás.»

4 comentários:

    Esse gostava de ler -)

     
    On 18 outubro, 2013 Paula disse...

    Olá Vasco,
    Gostei da opinião, o livro parece muito bom.
    Concordo contigo no que te referes aos escritores internacionais nos quais as editoras teimam em apostar, um exemplo disso é O Inferno de Dan Brown que para mim vale muito pouco quanto a policial. Mas é Dan Brown logo vende, logo é top...

     

    Obrigada pela opinião. Estava interessada em ler este livro, mas ainda não tinha lido nenhuma opinião sobre o livro, apenas uma opinião pessoal sobre o autor e fiquei na dúvida... acho que vou ler...

     
    On 25 outubro, 2013 Vasco disse...

    Espero que goste.

     

Blogger Templates by Blog Forum