Opinião:
Esta obra, publicada em 1885, é constituída por 27 poemas, de diferentes tamanhos, sem respeito por quaisquer regras de métrica mas com um denominador comum: a crítica feroz à Igreja católica, nomeadamente ao comportamento dos padres, bispos e do próprio Papa. Não se criticam os pobres que frequentam a Igreja que são encarados, simplesmente como pobres de espírito, enganados pelos “fariseus” que aproveitam essa simplicidade para ganhar dinheiro e impor o seu poder na sociedade.
A poesia de Guerra Junqueiro, muito simples e directa, é de fácil leitura. No entanto, não é pela forma poética que esta obra ganha valor, mas apenas pela mensagem transmitida, fazendo lembrar a prosa de Eça de Queiroz.
Este livro não é, portanto, uma obra-prima da literatura mas é, acima de tudo, um importante documento que testemunha um ambiente anti-clerical.
A força desta mensagem domina toda a obra, de tal maneira que em alguns poemas o leitor sente alguma insistência no mesmo assunto, o que retira algum interesse à leitura. No entanto, não deixa de ser um livro divertido porque a crítica de Junqueiro tem, por vezes, um humor bastante eficaz.
Também importante é a beleza gráfica desta edição da Europa América: uma capa magnífica, ilustrações excelentes e uma organização que dá ao livro um aspecto muito agradável.

Sobre o autor - Guerra Junqueiro
"Poeta e político português, nascido em 1850, em Freixo de Espada à Cinta (Trás-os-Montes), e falecido em 1923, em Lisboa, Guerra Junqueiro é entre nós o mais vivo representante de um romantismo social panfletário, influenciado por Vítor Hugo e Voltaire. Oriundo de uma família de lavradores abastados, tradicionalista e clerical, é destinado à vida eclesiástica, chegando a frequentar o curso de Teologia entre 1866 e 1868. Licenciou-se em Direito em Coimbra, em 1873, durante um período que coincidiu com o movimento de agitação ideológica em que eclodiu a Questão Coimbrã."informação retirada do site da wook

Classificação: 5/7 Muito bom

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