A Identidade - Milan Kundera
20/04/2011 by Paula
Opinião:
Penso que com esta história, Milan Kundera alerta-nos para o facto de se perder a identidade quando se ama alguém, ou melhor o casal funde-se formando uma só identidade. Eu pessoalmente não concordo com este conceito. Por mais que se goste de alguém, as pessoas continuam a ter a sua personalidade/identidade. A não ser em casos doentios claro! Mas nesse caso a pessoa em causa perde-se de si mesma!
Apesar da primeira parte da história fazer alusão a esta ideia (identidades que se fundem), o certo é que no decorrer da narrativa, este conceito vai perdendo força uma vez que Jean Marc acaba por trair a confiança de Chantal. Nesta parte da história é evidente a ideia de que as pessoas têm de manter a sua liberdade nas relações, não podem viver em função do outro.
Chantal, que na sua mocidade “queria ser um perfume de rosa, um perfume expansivo e conquistador, queria atravessar assim todos os homens e, através dos homens, abraçar a terra inteira.”, contudo a sua metáfora da aventura adormeceu com o seu casamento e posteriormente com a morte do seu filho. Anos depois de estar com Jean Marc assalta-lhe a ideia de já não ser capaz de chamar a atenção dos homens! Acorda para a realidade com uma certa desilusão. Será que perdeu a identidade de outrora? Embora seja capaz de representar várias facetas, várias identidades, Chantal, deixa de se identificar com aquelas (identidades/facetas) que representa ultimamente. Até que alguém, lhe acende novamente a chama do gosto pela vida e Chantal tenta recuperar a sua identidade perdida…
Este foi o primeiro livro que li de Milan Kundera, não sendo uma obra genial, é uma obra agradável de se ler, cuja mensagem pode ter diversas interpretações.
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Comentário também publicado no blogue destante
Olá Paula!
Kundera é uma das minha falhas literárias, pois nunca li nada dele e confesso que nunca me senti atraído pelos seus títulos.
Mas penso que é uma questão de tempo.
Olá Iceman,
Tenho ouvido falar maravilhas da "Estranha leveza do Ser". Mas também não será para já.
A "Estranha Leveza do Ser"?
Imperdível!
Teresa Santos,
Pois, é o que tenho ouvido dizer :)
Olá Paula,
Há muitos anos que não leio nada deste autor. Fiquei com vontade de voltar a ele.
Para além da "Insustentável leveza do ser" (fabuloso!)li o hilariante "O livro dos amores risíveis" que recordo frequentemente, até porque o emprestei e nunca mo devolveram. É um livro (várias pequenas histórias de amor)muito, mas mesmo muito engraçado. Tenta encontrar que vais adorar.