O Toque da Morte - Stephen Booth
09/09/2010 by Paula
O Toque da Morte vai além do típico romance policial. Comunga com os padrões do género a intensidade dramática, o suspense e a incerteza do enredo. Mas transporta consigo, também, importantes mensagens de alerta, nomeadamente no que diz respeito à violência que envolve a caça e o abate de animais para consumo humano.
A cena do crime situa-se na Inglaterra rural. Mas não é um cenário puramente bucólico que Booth nos descreve; é um meio rural onde predominam os cavalos e as caçadas. A caça é apresentada como uma actividade aristocrática, algo insensível em relação ao mundo natural e seu equilíbrio. A contribuir para esta imagem pouco positiva do cenário rural está o facto de uma das aldeias em que a acção se desenrola ter sido palco de um dos mais dramáticos episódios dos surtos de peste do século XVII; ou seja, tudo contribui para uma imagem muito pouco romântica do mundo rural.
A linguagem é por vezes cruel; as descrições, muitas vezes impiedosas para os leitores mais sensíveis, são autênticos gritos de alarme perante um mundo cheio de violência. Porque por detrás de um crime há sempre algo de mais profundo.
Ao procurar desvendar o mistério, os detectives Diane Fry e Bem Cooper percorrem caminhos que mais não são do que os percursos sinuosos e muitas vezes macabros dos comportamentos humanos, determinados por ambições desmedidas, malévolas, só compreensíveis pela natureza egoísta do ser humano.
Crimes como os que são investigados neste livro derivam apenas da ambição material sem limites. Para acumular riqueza, o homem não hesita em matar outros homens e, talvez pior que isso, a colocar em risco a vida de milhares de homens ao comercializar produtos alimentares contaminados ou perigosos para a saúde pública.
Este livro é um testemunho mais da incongruência do ser humano que despreza o mundo natural em que vive e em que podia ser feliz. Afinal de contas, o ser humano constrói e destrói ao ritmo dos seus interesses mais mesquinhos.
Trata-se de um livro de fácil leitura, que capta com facilidade a atenção do leitor.
A cena do crime situa-se na Inglaterra rural. Mas não é um cenário puramente bucólico que Booth nos descreve; é um meio rural onde predominam os cavalos e as caçadas. A caça é apresentada como uma actividade aristocrática, algo insensível em relação ao mundo natural e seu equilíbrio. A contribuir para esta imagem pouco positiva do cenário rural está o facto de uma das aldeias em que a acção se desenrola ter sido palco de um dos mais dramáticos episódios dos surtos de peste do século XVII; ou seja, tudo contribui para uma imagem muito pouco romântica do mundo rural.
A linguagem é por vezes cruel; as descrições, muitas vezes impiedosas para os leitores mais sensíveis, são autênticos gritos de alarme perante um mundo cheio de violência. Porque por detrás de um crime há sempre algo de mais profundo.
Ao procurar desvendar o mistério, os detectives Diane Fry e Bem Cooper percorrem caminhos que mais não são do que os percursos sinuosos e muitas vezes macabros dos comportamentos humanos, determinados por ambições desmedidas, malévolas, só compreensíveis pela natureza egoísta do ser humano.
Crimes como os que são investigados neste livro derivam apenas da ambição material sem limites. Para acumular riqueza, o homem não hesita em matar outros homens e, talvez pior que isso, a colocar em risco a vida de milhares de homens ao comercializar produtos alimentares contaminados ou perigosos para a saúde pública.
Este livro é um testemunho mais da incongruência do ser humano que despreza o mundo natural em que vive e em que podia ser feliz. Afinal de contas, o ser humano constrói e destrói ao ritmo dos seus interesses mais mesquinhos.
Trata-se de um livro de fácil leitura, que capta com facilidade a atenção do leitor.
Sem dúvida uma obra que será bastante do agrado dos apreciadores do género policial.
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Classificação: 4/7 Bom
Classificação: 4/7 Bom
Um livro que ao primeiro olhar não me chamaria numa estante de uma livraria, mas a tua opinião está muito bem construída e conseguiu-me captar algum interesse. Muito embora confesse que não será um livro a ler nos próximos tempos!
A pilha agora aumentou com os dois volumes de "Os Pilares da Terra" e a culpada é a Editorial Presença! Não dava para resistir à promoção da semana! ;)
Paula
Aqui está um caso interessantíssimo. Na minha pequena comunidade «blogosférica», um mesmo livro com duas opiniões tão dispares.
O leitor é um caso sério!
Com amizade.
Tons de Azul,
Também tenho os pilares por ler :P
Poeta do Pendo,
Pois...eu já vi que o Manuel Cardoso deu uma "carga de porrada" neste livro :P
Ainda bem que não gostamos todos do mesmo ;)
Abraço aos dois