Barbershop - Júlio Conrado


Sinopse:
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Lisboa, Cascais e a ilha da Armona, em Olhão, delimitam o espaço geográfico em que decorre esta narrativa labiríntica protagonizada por uma pitoresca galeria de poetas, livreiros, críticos literários, barbeiros e viúvas, no tempo da nossa contemporaneidade. Num estilo sugestivo, deliciosamente irónico, o autor faz-nos participar, com gosto, nos quotidianos entrecruzados de F. F., o poeta taciturno eterno candidato ao Nobel da literatura; Diamantino Neto, o típico barbeiro de bairro que sonha com os louros da glória ou Rogélio Bordalo, um arrivista caçador de viúvas ricas, entre outras figuras. Gente conformada? Sim, mas não completamente. Dias pouco épicos, talvez felizes, os destas personagens, mas o amor, a avidez e a vingança entram também em cena, e o crime imperfeito acaba por deixar um rasto de tragédia no quintal sossegado.
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O que eu achei:
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Uma história interessante e divertida onde desfilam vários personagens, cada uma com características muito próprias.
Sabiá Barbershop é o novo nome da antiga barbearia “Ao Corte Superior” antes de sofrer uma “revolução” no aspecto com o objectivo de fazer frente à mudança dos tempos e à concorrência.
Sabiá Barbershop, sem dúvida, uma barbearia moderna, onde o preço de um corte de cabelo ao Domingo é simbólico e onde se pode ainda, matar a sede com uma refrescante caipirinha enquanto se aguarda a vez. Mas as novidades não param por aqui, o cliente pode ainda optar por receber uma relaxante massagem pelas mãos da brasileira Núria.
Inovações recebidas com alguma curiosidade pela potencial clientela masculina, contudo, não se poderá dizer o mesmo em relação à sociedade em geral, principalmente dos elementos femininos.
Bordalo, o dono da Barbershop, adquiriu-a através da sua primeira mulher, que teve o cuidado de o “educar” de forma a ficar apresentável à sociedade. Bordalo torna-se assim um empresário de respeito. Mas cedo fica viúvo e volta a casar, desta fez com Guilhermina, membro do Grupo Feminista Global, mantendo os dois e de comum acordo uma vida independente.
Guilhermina, uma mulher atenta às peripécias do marido e do movimento das funcionárias na barbearia e na sua própria casa. E aqui começa a delinear a lição a dar ao marido sem dó nem piedade perante a sociedade à espera de um mexerico.
Muitos outros personagens desfilam nesta narrativa de forma bastante curiosa e todos eles ligados de certa forma à Sabiá Barbershop.
Júlio Conrado brinda-nos assim, com uma escrita fluída e agradável e com um enredo que não sendo complexo consegue ser bastante real.
Uma leitura, sem dúvida, refrescante.
.Classificação: 4/7 Bom

1 comentários:

    Agora não me pode mesmo escapar, a leitura. A crítica vem confirmar e reforçar aquilo que eu estava à espera :) Uma boa compra para a Feira do Livro, tenho a certeza!

    Boas leituras!

     

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