Cativar...
03/11/2009 by Paula
“-Anda brincar comigo-pediu-lhe o principezinho.
-Estou tão triste…
- Não posso ir brincar contigo – disse a raposa. – Ainda ninguém me cativou…
(…)
- “Cativar quer dizer o quê?
(…)
- Quer dizer “criar laços”
- Sim laços – disse a raposa – Ora vê: porquanto tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas, mas se tu me cativares passamos a precisar um do outro. Passas a ser o único no mundo para mim. E eu passo a ser única no mundo para ti…
(…)
- Se fazes favor… Cativa-me! – acabou finalmente por pedir.
- Eu bem gostava – respondeu o principezinho, - mas não tenho tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer…
- Só conhecemos o que cativamos
Os homens deixaram de ter tempo para conhecer o que quer que seja.
(…)
- E tenho de fazer o quê?- disse o principezinho.
- Tens de ter muita paciência. Primeiro sentas-te longe de mim, na relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos.
Mas podes-te sentar cada dia um pouquinho mais perto…
(…)
E o principezinho cativou a raposa.
(…)
Depois voltou para o pé da raposa e despediu-se:
-Adeus…
-Adeus – despediu-se a raposa – Agora vou-te contar o tal segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos…”
Saint-Exupéry, O Principezinho
-Estou tão triste…
- Não posso ir brincar contigo – disse a raposa. – Ainda ninguém me cativou…
(…)
- “Cativar quer dizer o quê?
(…)
- Quer dizer “criar laços”
- Sim laços – disse a raposa – Ora vê: porquanto tu não és para mim senão um rapazinho perfeitamente igual a cem mil outros rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto eu não sou para ti senão uma raposa igual a cem mil outras raposas, mas se tu me cativares passamos a precisar um do outro. Passas a ser o único no mundo para mim. E eu passo a ser única no mundo para ti…
(…)
- Se fazes favor… Cativa-me! – acabou finalmente por pedir.
- Eu bem gostava – respondeu o principezinho, - mas não tenho tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer…
- Só conhecemos o que cativamos
Os homens deixaram de ter tempo para conhecer o que quer que seja.
(…)
- E tenho de fazer o quê?- disse o principezinho.
- Tens de ter muita paciência. Primeiro sentas-te longe de mim, na relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos.
Mas podes-te sentar cada dia um pouquinho mais perto…
(…)
E o principezinho cativou a raposa.
(…)
Depois voltou para o pé da raposa e despediu-se:
-Adeus…
-Adeus – despediu-se a raposa – Agora vou-te contar o tal segredo. É muito simples: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos…”
Saint-Exupéry, O Principezinho
:) O eterno Principezinho... todos os adultos e crianças deviam ler!
Bjs*
Há cativeiros lindos... os que não se vêem; há algemas às quais estendemos as mãos de bom grado; a liberdade de que precisamos também é a liberdade dos nos deixarmos cativar.
Sim, precisamos de ser cativados.
No entanto, como em tudo na vida, o mais importante é invisível. O que nos faz feliz não se vê. O que nos encanta não é a flor mas o encanto que ela emana. O que nos faz feliz não é a corrente que nos torna cativos; é a alma a deixar-se aprisionar.
Como em tudo na vida, isto só se pode ver com o coração. É por isso que palavras como "longe" ou "distância" não fazem sentido para as coisas do coração. Há correntes cruzam mares e ultrapassam montanhas... correntes invisíveis mas que nos fazem felizes...
Mais uma vez, obrigado à autora deste blogue por nos fazer sonhar; por nos fazer sentir que, sem a armadilha das ilusões, o sonho comanda mesmo a vida.
Amoooo!
Já li o Principezinho a minha filhota com 4 anitos e ela adorou imenso.
Beijinho
Suponho que muito desagradado com o mundo estaria Saint-Exupéry, se fosse vivo. Muita da humanidade tem o coração cego. Por isso só vê o que é visível aos olhos, porque o essencial, hoje em dia, é o que se reflecte no espelho. O homem de hoje nem sabe que, para além da imagem, existe o que é invisível aos olhos. Não há lugar, nesta nossa sociedade, para a simplicidade e a valorização sentimental de Saint-Exupéry.
Mas vale sempre a pena recordar que o essencial é invisível aos olhos. Agradecido, Paula.
um espectacular artigo de um livro que ainda hoje me faz tremer. parabens paula.
É um livro fascinante
Em que todo ele é mensagem
E como quaquer outro livro
Dá para ler em viagem
Gosto de o oferecer
(Porque só sei oferecer livros)
O "Pricepezinho e a Raposa"
São p´ra mim muito queridos...
bjo
Áurea
Adoro o principezinho, é um dos meus predilectos livros! este excerto é a grande verdade!!
O Principezinho é sempre uma grande fonte de inspiração, sempre que o leito...parece que é a primeira!
Sugiro que espreite um post, muito interessante, com uma referência a este pequeno GRANDE livro : http://www.angelpoetico.com/2009/11/retornar-la-verdad.html
ou
http://salvadorarnaublog.blogspot.com/
Paula
Não vou comentar este post porque “ O Principezinho” cala em mim muito, mas muito fundo!
Obrigado por me fazer recordar e um grande abraço
Intemporal...
Tens um selo muito especial que te aguarda no meu blog... :)*
oi boa noite...
faz uns dias que li o pequeno principe e adorei, adoro livros infanto-juvenis...
: *
Maria
páginas
que
nos
desvendam
*bom-fim-de-
semana*
Sem palavras.
Post espectacular sobre o eterno Principezinho.
Os meus parabéns, pelo post e pelo blog no geral.
Sou uma visitante assídua.
Também tenho um blog sobre livros, se estiver interessada dê uma vista de olhos: http://livrosepassatempos.blogspot.com/