Opinião:
Jostein Gaarder, tem uma forma muito própria de escrever. Quando peguei neste livro pensei – vou encontrar uma belíssima história que se encaixa em toda a informação que o autor quer transmitir - informação esta que é real e científica e que vai fazer par à narrativa. Não estava enganada. Do autor, li outrora “O Mundo de Sofia”, não é um livro fácil de se ler, o leitor tem de ser persistente, mas é um belo livro com uma belíssima história, o qual recomendo.
Em relação a este “O Castelo dos Pirenéus” é uma história que se lê muito bem, se tivermos uma tarde livre, lê-se num só fôlego.
Neste livro, Jostein Gaarder faz-nos reflectir sobre o que há nesta vida material e o que pode haver para além dela, assim divagamos, pensamos, interrogamo-nos sobre “a natureza da fé, do acaso, do universo”…
Solrun e Steinn, eram um casal jovem, que viveu o dia a dia como se não houvesse amanhã. Amizade, aventura, paixão, sedução, sensualidade, fazia parte do seu cardápio diário. No entanto, após vivenciarem um acontecimento trágico, a sua vida muda. Muda porque deixaram de conseguir olhar um para o outro. Um passa a ser o reflexo do outro, o seu espelho, a sua lembrança de alto terrível. Lembrança esta que não era mais que uma interrogação, uma (in)certeza. A única certeza era que cada Solrun acreditava no que tinha visto e Steinn era um eterno céptico e é neste ponto que se levanta nesta narrativa, as mais complexas questões que têm a ver com as crenças de cada um.
Penso que este será o objectivo fulcral deste livro de Gaarder, colocar o leitor a reflectir naquilo que defende e naquilo que os outros pensam e também defendem. Mais do que isto, induz ao respeito pelas ideias do outro!
Há acontecimentos nas nossas vidas que, por vezes, parecem ser obra do acaso, mas será que o são?
Gostei de voltar a ler Jostein Gaarder e tal como no seu outro livro “O Mundo de Sofia”, este tem um final impressionante! Um final que nos deixa a reflectir e divagar ainda, pela história, em busca de pistas para fechar com chave de ouro a leitura.


"Chama-se Le Château des Pyrénéss e representa o mundo em voo livre, pelo menos foi assim que decidimos interpretá-lo" pág 32

O livro aqui na editora

2 comentários:

    Muito apelativa a tua impressão sobre este livro.

    "Há acontecimentos nas nossas vidas que, por vezes, parecem ser obra do acaso, mas será que o são?"

    Em resposta a esta pergunta eu digo que não.Penso que o que nos acontece de máu e de bom tem o seu objectivo e cabe a nós tirar o "lucro" disso.

     
    On 20 abril, 2011 Paula disse...

    Olá Miguel, o livro é muito interessante por isto mesmo. Dá um abanão nos nossos pensamentos. Este consegue ser mais simples, mais linear que "O Mundo de Sopia" mas é igualmente inquietante!
    :)

     

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